Hoje acordei a olhar para o meu passado...
Envolto em recordações e episódios passados. A lembrar-me de pessoas que de algum modo foram significativas para mim. Neste contexto relembro o A. e o C., os meus "debutantes". Sim, foi com estes dois homens que tive a minha primeira relação sexual homossexual.
No tempo em que a internet ainda não fazia parte do nosso quotidiano, no tempo em que morava na província e ainda não tinha saído do armário, trocava correspondência com vários homens gays. Um deles era o J., aquele que algum tempo mais tarde se veio a tornar na minha primeira paixão. Os outros dois eram o A. e o C., um casal gay que viviam numa outra cidade que não aquela em que eu morava. Ainda hoje sinto um carinho muito especial por eles e lamento o facto de termos perdido o contacto. Na altura em que os conheci era aquilo que eles chamavam uma "criança". E de facto, era-o. Apesar de já ter atingido a maior idade, continuava a ser o menino protegido, que começava a descobrir o mundo que existia para lá das portas de casa. O A. notou isso desde o primeiro momento e fora da cama sempre me tratou de uma forma tão paternal, tão protectora, tão instrutiva, como se de um filho se tratasse. O C. era mais distante, mais solitário, mais introvertido, mas isso não fazia com que ele não deixasse de ser um tipo muito porreiro.
Ainda me lembro do dia em que os conheci. À hora marcada lá estavam eles na estação de comboio à minha espera. O A. veio ao meu encontro enquanto o C. nos aguardava no carro. Parecia mesmo uma cena de engate, e de facto era, todos nós sabíamos como iria acabar aquele encontro, o que não sabíamos ainda é que nos viríamos a tornar amigos. Estava nervoso, confesso. A minha inexperiência obrigava-me a isso, mas a vontade de experimentar aquilo que o meu corpo e a minha mente me pediam levava-me a seguir em frente e a tentar passar a imagem de que estava tudo bem. É óbvio que não foi preciso dizer nada para eles perceberem tudo e hoje olhando para trás entendo porque é que depois de chegarmos a casa deles não aconteceu nada. Passamos o resto da tarde e todo o serão a conversar, a ouvir música e a desfolhar alguns livros e revistas. Cheguei a pensar que não iria sequer acontecer alguma coisa, até que na hora de deitar eles dirigiram-se para o quarto e eu perguntei inocentemente onde é que iria dormir...
- Vais dormir connosco, na nossa cama...
A partir daí os encontros secederam-se com alguma frequência, passava fins de semana inteiros na casa deles. Fazíamos programas culturais, passeios ou simplesmente ficávamos em casa de volta de bom cinema, boa musica e boa literatura. Sexo? O sexo voltou a acontecer mais algumas vezes, até ao momento em que conheci o J., me apaixonei e me meti na cama dele... Depois disso, entre mim, o A. e o C. ficou simplesmente uma amizade, um companheirismo, uma cumplicidade especial até que o destino infelizmente nos desencontrou e nos fez perder o contacto. Tenho saudades do A. e do C. Guardo-os num cantinho muito especial do meu ser...
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