Little girl don't you forget her face
Laughing away your tears
When she was the one who felt all the pain
Little girl never forget her eyes
Keep them alive inside
I promise to try -- it 's not the same
Don't let memory play games with your mind
She's a faded smile frozen in time
I'm still hanging on -- but I'm doing it wrong
Can't kiss her goodbye -- but I promise to try ..."
Madonna (1989)
Por ironia do destino, 14 anos depois, estive frente à cama de hospital onde a minha mãe morreu...
Pensei que seria um momento muito mais sereno, psicologicamente , menos agressivo! Mas não foi...
Inesperadamente a mãe do "meu rapaz" teve necessidade de ser assistida nos cuidados intensivos do hospital da sua área de residência , por um motivo grave de saúde. Tal facto levou-nos inesperadamente numa vista até à província , de onde somos oriundos, para visitar a senhora.
Mesmo sabendo que ela estava internada no mesmo local onde a minha mãe tinha agonizado até à morte, não tive tempo, nem a preocupação de me preparar psicologicamente para voltar ali. Afinal tinham passado 14 anos, as feridas estavam saradas e a saudade também já teve tempos em que foi mais insuportável do que é hoje.
A verdade é que quando entrei naquela sala, naquele ambiente frio, tecnologicamente "apetrechado ", mas gelado sentimentalmente, todas as recordações dispararam em catadupa na minha cabeça... A cama onde ela morreu estava vazia... Curioso, vazia, como o que se o vazio que ela deixou, se materializasse ali à minha frente. Foi quase como uma viagem numa montanha russa, a alta velocidade. Os flashes de memória, das vivências, dos sentimentos, do desespero, do medo, da incerteza, vividos à anos atrás, que julgava enterrados e resolvidos, subiram à tona e passaram pela minha mente numa sequencia vertiginosa.
Enquanto isso a minha "sogra" estava ali, deitada numa cama de hospital... aproximei-me e beijei-a. Recordei nesse momento a última vez que beijei a minha mãe viva, em coma. Na altura também cheguei junto dela, beijei-a e disse-lhe ao ouvido: "está tudo bem mãe, o pior já passou..."; na certeza porem de que lhe estava a mentir, de que estava a mentir-lhe para a tranquilizar, porque de facto ela não estava bem. Não voltei a dizer-lhe mais nada em vida, foi a última visita que lhe fiz, as últimas palavras que lhe disse...
A morte da minha mãe foi possivelmente o momento mais marcante de toda a minha vida. É duro para um "puto" de 19 anos, cuja relação com o pai nunca foi pacifica, cujos irmãos se encontram distantes, perder a mãe. Perder a pessoa que sempre nos admirou, que sempre nos apoiou, que sempre nos amou incondicionalmente.
Eu pensava que todos estes fantasmas, relacionados com a morte da minha mãe estavam mortos e enterrados, mas hoje tive a confirmação de que durante estes 14 anos, todos eles estiveram apenas adormecidos...
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